Ordem Natural

Extraído do Livro Magia Elemental

 

1.2 - A ORDEM NATURAL

 

A Tradição esotérica afirma que todo o Universo, toda a Natureza, com corpo e espírito, é um Ser vivo e plenamente consciente, constituído por sua vez de uma miríade infinita de seres altamente evoluídos, os quais abarcam quantidades também gigantescas de seres, à semelhança de nosso organismo, que possui átomos, moléculas, células, órgãos, sistemas e por fim um corpo complexo regido por um Espírito(mais ou menos consciente de sua verdadeira identidade).

Assim como cada átomo, célula etc. se unem formando um todo, essa Suprema Divindade é oni-abarcante, onipresente e onisciente em todo o Universo.

Esse Todo da Natureza, é o corpo de uma Deusa, de um Ser Grandioso e Sublime, que existe nos mundos superiores e sempre foi adorada e amada por todas as grandes mentes da humanidade, por ser fonte materna e expressão dos mais belos sentimentos em nossos corações e mentes. Ela foi chamada de Rainha do Céu, Mãe Arcangélica dos Universos, Madona Santíssima, Virgem do Mar, Mãe Divina, Eterno Aspecto Feminino de Deus e a causadora de todos os fenômenos naturais. Seus diversos atributos foram manifestados nas múltiplas Deusas, como Vênus, Minerva, Ishtar, Prakriti, Coatlicue, Virgem Maria, Hera, Prosérpina, Hua-Tsé, Kwan Yin, Ísis etc... Por isso vemos que nas antigas religiões se cultuava um duplo aspecto de Deus: como Pai e como Mãe.

Dante Alighieri, em sua Comédia, assim como outros Buscadores, roga extasiado pela intercessão da Mãe Eterna em nossos processos espirituais, assim:

 

“Ó Virgem Mãe, ó filha de teu Filho,

mais alta e humilde que qualquer criatura,

dos eternos desígnios termo e brilho!

Em ti se sublimou a tanta altura

a humana condição, que o seu Criado

em tornar-se acedeu sua criatura.

No teu seio fulgiu o doce amor

a cuja luz intensa e resplendente

germinou deste modo a Eterna Flor.

Aqui és para nós a transparente

face da caridade; e da esperança,

entre os mortais, és fonte permanente.

Tamanha é nestes céus tua pujança,

que quem o bem, sem ti, busca, hesitante,

como que a voar sem asas se abalança.”

 

Há o texto maravilhoso de um Ritual gnóstico que reverencia a Mãe do Mundo. Vamos transcrever um pequeno trecho:

 

“Salve, Nuit, eterna Seidade Cósmica;

Salve, Nuit, Luz dos céus;

Salve, Nuit, alma primordial e única.

IAO... IAO... IAO...

 

Então, caiu o sacerdote em um profundo êxtase e falou à Rainha do Céu: Escreve para nós teus ensinamentos. Escreve para nós a Luz.

E a Rainha do Céu disse dessa maneira:

 

“Meus ensinamentos não os escrevo, não posso. Meus Rituais, em troca, serão escritos para todos, naquela parte que não são secretos. A Lei é igual para todos. Deve-se operar pela ação do Báculo e pela ação da Espada. Isso se deverá aprender e assim deverá ser ensinado.”

 

E o Livro da Eterna Sabedoria afirma:

 

“Ela é o Eterno Feminino representado pela Lua e pela Água, a Magna Mater de onde provêm a mágica letra M e o famoso hieróglifo de Aquário. Ela é também a matriz universal do Grande Abismo, a Vênus primitiva, a grande Mãe virgem que surge das ondas do mar com seu filho Cupido-Eros.”

 

Essa Potência Divina, esse Deus-Mãe, do ponto de vista cabalístico, é representado pelo Arcano 3 do Tarô (A Sacerdotisa), e pela letra B. Todas as grandes tradições, todos os grandes livros sagrados das religiões, todas as orações sagradas, sempre começaram com o fonema B (ou Beth). Exemplos:

 

- O Pai-Nosso, ensinado pelo Mestre Jesus. (Baina, em aramaico, significa Nosso Pai);

- A Súrata da Abertura, do Alcorão, com suas sete petições, inicia-se com a invocação Bismillah (Em nome de Deus...);

- A Gênese, de Moisés, começa com a palavra Bereshit (No início...), etc...

 

Portanto, vemos como todo início, toda abertura, têm a Invocação dessa Potência Divina de nossos Céus espirituais, nossa Mãe Divina.

O simbolismo esotérico do lado Materno, Feminino, da Divindade é representado essencialmente por cinco aspectos ou manifestações mágicas, plenamente trabalháveis pelo esoterista. Esses cinco aspectos são:

 

· Mãe Espaço (criadora de toda a Ordem Cósmica, todas as Galáxias, universos, Templos Siderais etc.);

· Kundalini (responsável pelo Fogo Criador que emana do sol e se fixa no mais profundo de nossa Alma);

· Mãe Morte (reverenciada por todas as culturas como a equilibradora da Lei cósmica de Evolução e Involução);

· Natura (que criou o corpo de todos os seres, inclusive nosso corpo físico);

· Maga Elemental (responsável pelas forças instintivas da natureza, reprodução, sexualidade, instinto de sobrevivência etc.).

 

De acordo com sua necessidade psicológica e/ou mágica, o Buscador pode invocar o supremo poder de um dos aspectos da Eterna Mãe. Cada um desses aspectos possui sua própria ritualística, mantras, exigências, símbolos etc. Todos os grandes magos sempre prestaram um reconhecimento do infinito poder que essa potência cósmica, a Mãe Divina, representa no trabalho esotérico. Ela é o topo de toda prática de Magia Elemental. Portanto, afirma-se que se deve ter sempre em mente a presença e benção dessa Energia Cósmica quando se for trabalhar com um elemental ou anjo.

 

1.2.1 A Esfinge Elemental

 

É muito extenso o simbolismo da Grande Esfinge egípcia de Gizeh e, de acordo com o prisma com que se estuda esse portentoso monumento, símbolo supremo da Magia Elemental, veremos nele uma série de significados e emblemas. Chamado de “Tetramorfo”, por ser constituído por quatro elementos, a Esfinge representa o próprio Mistério iniciático e o silêncio do conhecimento espiritual, a síntese dos Arcanos e da complexa natureza humana.

Existem variadas formas de esfinges, espalhadas pelo mundo, indicando que elas nos passam uma sabedoria profunda. No seu todo é a Unidade, o princípio consciente de toda a Criação, a Mônada secreta, o Espírito organizador da Vida. Esfinges compostas de dois animais representam a Dualidade universal, o Yin-Yang. Compostas de três elementos, como as esfinges assírias, é a Trindade de todas as religiões (Pai, Filho e Espírito Santo; Brahma, Vishnu e Shiva; Osíris, Hórus e Ísis; Ometecuhtli, Omecihuatl e Quetzalcoatl; etc.).

 

1.2.2 O Quaternário ou a Lei do Quatro

 

A Esfinge de Gizeh, formada por quatro animais, representa a Sagrada Lei do Quatro (que é um desdobramento da Lei do Sete), é a possibilidade de manifestação e manutenção do mundo. Eis aí o misterioso segredo do número quatro, que vem a ser, cabalisticamente falando, um número-base do número sete, da Lei do Sete,; ou seja, dá a matéria-prima que o Sete necessita para Organizar o Universo (tanto interior quanto exterior). A maioria das religiões e sistemas de filosofia mística dão à Consciência Divina, Deus, nomes formados por quatro letras.

O Tetráktis de Pitágoras é o mesmo Jeová (Yod-Hé-Vau-Hé) dos cabalistas hebreus; é o mantra Tetragrammaton, que não pode ser pronunciado em vão. O Tetragrama é o nome sagrado que originou a maioria dos nomes divinos, tais como: GOTH (flamengos), GOTT (germanos), ALLÁ (muçulmanos), TEOS (gregos), TEOT (maias), TETH (egípcios), INR I(gnósticos), ORFI (mogures), ELOA (assírios), EL-HÁ (caldeus), SYRE (persas), DIEU (francos) etc...

 

1.2.3 Os Quatro Animais

 

Um sábio gnóstico, no século 2 dC, relacionou os quatro animais da Esfinge aos quatro elementos e evangelistas: o Touro a Lucas, o Leão a Marcos, a Águia a João e o Homem a Mateus. Eliphas Lévi caracteriza os quatro animais a virtudes e elementos:

 

Touro - Terra,Trabalho, resistência e forma;

Leão - Fogo, Força, ação e movimento;

Águia - Ar, Inteligência, espírito e alma;

Homem - Água, Conhecimento, vida e luz.

 

Para visualizarmos melhor a influência da Lei do Quatro, podemos também associá-la aos seguintes aspectos do Conhecimento:

 

+ Personalidades humanas: colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico

+ Reinos: mineral, vegetal, animal e humano

+ Sabores: doce, amargo, salgado e ácido

+ Raças: amarela, branca, negra e vermelha

+ Agentes químicos da Vida: Carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio

+ Sabedoria humana: arte, ciência, filosofia e religião

+ Idades espirituais: ouro, prata, cobre e ferro

+ Animais da Alquimia: corvo, pomba, águia e faisão

+ Animais bíblicos: leão, urso, leopardo e monstro de ferro

+ Mundos da Cabala: Asiah, Yetzirah, Briah e Atziluth

+ Elementais: gnomos, ondinas, silfos e salamandras

+ Estados da matéria: sólido, líquido, gasoso e plasma

+ Tattwas: prittvi, apas, vayu e tejas

+ Axiomas herméticos: poder, ousar, saber e calar-se

+ Gênios: Kitichi, Varuna, Parvati e Agni

+ Processos Alquímicos: putrefação, calcinação, destilação e realização

+ Corpos inferiores: físico, etérico, astral e mental

+ Operações matemáticas: adição, subtração, multiplicação e divisão; etc...

 

Sob um ponto de vista eminentemente ocultista, a Esfinge posssui um mistério. Em sua contraparte astral, no seu interior, existe uma escola, um centro iniciático, onde aqueles que são aceitos em seus salões aprendem toda a Magia Elemental da natureza. Aprendem as configurações de todas as Ordens hierárquicas, os templos e igrejas elementais de cada espécie vegetal e animal, seus mantras, palavras de passe, rituais, nomes, funções e relações com a evolução humana.

Diz-se que a entrada desse Sagrado Colégio Dévico está situada na testa da Esfinge de Gizeh, seu instrutor supremo é um grande mestre que em uma de suas vidas passadas foi um grande e sábio Faraó. E o Guardião dessa porta astral é um poderoso Guru-Deva chamado Gaio.

 

1.2.4 Hierarquias Divinas ou Anjos Virtuosos

 

De acordo com as Forças Inteligentes que governam a Senda Dévica, há uma hierarquia estruturada de forma matematicamente perfeita, em base ao nível de Consciência, Poder e Vida dos Seres que compõem esse Universo. Segundo os grandes Guias da humanidade e Mestres Ascencionados, a vida universal é organizada pelas sete consciências supremas, os chamados sete Anjos diante do Trono de Deus. No mundo elemental e angélico, essa força organizativa é dirigida por sete grandes Deuses elementais, ou Gurus-Devas, dos quais conhecemos melhor quatro(representados pela Esfinge egípcia).

Esses quatro Seres são simbolizados como os sustentadores das quatro pontas da grande cruz do universo, que crucifica a Alma que trabalha intensamente para a sua Auto-Realização.

Esses quatro Querubins-Sustentadores são reconhecidos em todas as culturas espirituais. São os quatro Devarajas, os Arquivistas, os Lípikas, o Santo Serafim das Quatro Faces, os Quatro Tronos, os Quatro Arquitetos, as Santas Criaturas Viventes, os Quatro Seres da visão do profeta Ezequiel, os quatro Senhores da Morte, filhos de Hórus (Mestha, Hapi, Khebsenuf e Tauamutef) etc.

Como Regentes da Evolução Elemental, são eles:

 

AGNI, Rei do Fogo Elemental, o qual aparece aos olhos do vidente como um menino de puríssima aura, rodeado por uma inefável música; tem sob suas ordens todos os Deuses, Anjos, Gênios e elementais do fogo, conhecidos por Salamandras e Vulcanos. Seus símbolos são a espada, o punhal e o Lábaro aceso. Rege o Sul da Terra. Este Reino elemental está intimamente relacionado, no mundo divino, ao Arcanjo Samael, Regente de Marte. Mantra: RA.

KITICHI, poderoso e misterioso Ser, comandante dos guardiães das cavernas, obreiros subterrâneos, alquimistas dos metais interiores, Reis das montanhas, e elementais da terra, conhecidos como Gnomos, Pigmeus e Duendes. Seus símbolos são a pedra filosofal, o cetro de mando, a cruz sobre uma bola, o Báculo. Seu domínio é ao Norte. O mundo elemental da terra está ligado ao Divino Senhor Orifiel, Regente do planeta Saturno. Mantra: LA.

VARUNA, Senhor elemental portador do Tridente de Netuno, representação do domínio sobre as três forças primárias que criaram o mar do universo. Rege os reis dos sete mares elementais e seus mais humildes seres são as Ondinas, Nereidas, Sereias e Ninfas das águas. Rege o Ocidente e tem o Cálice como símbolo. Seu reino está localizado no Leste e possui íntima ligação com Gabriel, Anjo da Lua. Mantra: VA.

PARVATI, sagrado Titã dos céus, cuja cabeça toca a mais alta nuvem dos céus. Estão sob suas ordens os anjos da mente, dos ventos e brisas, do movimento cósmico e seus elementais são os Silfos, Sílfides, Fadas e Elfos.  Seu reino localiza-se no Oriente do Mundo e seus símbolos são a pena e o hexagrama. Possui ligação com Michael(Sol) e de certa forma a Rafael(Mercúrio). Mantra: H (Suspirado).

 

Temos também a quintessência, o quinto Reino elemental, regido por INDRA, e seus elementais são denominados Puncta. Existem mais dois reinos elementais, chamados de Adhi e Samadhi, os quais pertencem a ordens superiores, porém que podem ser sentidos, como sutis vibrações violeta, nas práticas de meditação, especificamente nos horários entre quatro e cinco da manhã.

Esse Devarajas mencionados acima são os chefes supremos da evolução elemental de todo o sistema solar e têm a seu cargo inumeráveis miríades de Reitores, os quais são chefes e senhores de milhões, bilhões, de maravilhosos e humildes elementais, responsáveis pela ordem e harmonia na natureza. Citemos os nomes de alguns desses Reitores:

 

NARAYANA, EHECATLE, BARBAS DE OURO, GOB, ARBARMAN, MAGÔA, BAYEMON, EGYM, AMAIMON, SABTABIEL, ORFAMIEL, HUEHUETEOTLE, MACHATORI, SARAKIEL, ACIMOY, ARCHAN, SAMAX, MADIAT, VEL, MODIAT, GUTH, SARABOTES, MAIMON, VARCAN, HÓRUS, APOLO, MINERVA, RUDRA, etc...

 

Tais Deuses trabalham com as forças variantes dos Elementos. Por exemplo, o Fogo possui diversas manifestações, tais como o fogo doméstico, o fogo da Kundalini, o fogo solar, os fogos vulcânicos e do interior da Terra etc. O mesmo ocorre com os outros elementos. Cada uma dessas variantes do elemento fogo são administradas por diversos reis elementais, como os citados acima. Existem práticas, rituais, mantras invocatórios e dias mais propícios, capazes de criar um envolvimento com essas presenças espirituais.

 

1.2.5 Elementais, ou Anjos Inocentes

 

Os Elementais sempre foram manipulados pelos Adeptos da Magia, desde os mais remotos tempos. Tiveram diversas designações, tais como Djinn, Sereias, Devas, Gênios, Anjos Inocentes, Duendes, Gnomos, Pigmeus, Anões, Fadas, Trasgos, Peris, Damas Brancas, Vulcanos, Fantasmas, Ninfas, Silvanos, Pinkies, Branshees, Silvestres, Silfos, Elfos, Musgosos, Sátiros, Faunos, Nixies, Bebês d’Água, Mamaés, Sacis, Mulas-sem-Cabeça, Brownies, Kobolds, Iamuricumás, Mannikins, Gobelinos, Nibelungos etc.

Eles são constituídos de corpo, alma e espírito e sua evolução, ao contrário do que imaginam muitos esoteristas, tem algo a ver com a evolução humana. De acordo com seu raio evolutivo(pois alguns pertencem ao elemento terra, outros ao fogo etc.), o elemental pode se “encarnar” numa pedra, numa planta, num peixe, numa frondosa árvore, numa labareda ou mesmo nos fogos subterrâneos de um vulcão.

A evolução da essência espiritual tem confundido diversos tratadistas de esoterismo. Muitos chegaram a afirmar que existem duas sendas totalmente distintas e inconfundíveis: a humana e a angélica. O que ocorre, com mais precisão, segundo as doutrinas mais ortodoxas, é:

 

1.2.6 Evoluções Elemental e Humana

 

Quando desce, involui, desde o mundo abstrato do Espírito universal, a essência espiritual começa a se manifestar, a se corporificar no mundo da matéria, nos reinos mineral, depois no vegetal e no animal; nesses reinos, essa essência espiritual é chamada didaticamente de Chispa Divina, ou simplesmente Elemental. No instante em que essa Chispa, esse fragmento de Deus, do Fogo Universal, ingressa na evolução humana, ela passa a se chamar Essência Monádica (no Oriente, Budhata). Portanto, nós um dia fomos elementais e os elementais serão, mais cedo ou mais tarde, seres humanos.

Ainda existe no mais profundo de nossa consciência algo de elemental, uma espécie de memória da natureza, a qual se devidamente aflorada com a Força do Amor, faz com que voltemos a manipular e dominar os Rituais da Magia Elemental.

Essa memória elemental profunda, resgatada por nosso Espírito, é chamada INTERCESSOR ELEMENTAL; seria nosso segundo Anjo da Guarda, porém especializado na Magia da Natureza, na Magia Sideral e Cósmica, que ensina como dominar os elementos naturais, os terremotos, os incêndios, as forças vulcânicas, as nuvens chuvosas, realizar curas à distância, ou também trabalhar com os Anjos planetários e alterar o Karma (quando permitido pela Divindade). Os índios mexicanos chamam o Intercessor Elemental de Nagual.

Essa idéia de manifestação elemental precedendo nossas encarnações no reino humano é plenamente aceita nas doutrinas gnósticas originais e no hinduismo e budismo. Os budistas afirmam que Sidarta Gautama, o Buda, dizia que antes de se encarnar como humano foi uma garça e um macaco, entre muitos outros. A mestra H.P. Blavatsky dizia que sua última encarnação no reino animal foi a de um cachorro doméstico. E o mestre Samael Aun Weor, o Avatar de Aquário, lembrava-se de suas encarnações como peixe e sapo. Pitágoras também defendia a doutrina da Transmigração das Almas e a da Metempsicose.

Outra idéia defendida é a da Involução das almas humanas. Aqueles que por um motivo ou outro se degradam moral e espiritualmente, esquecendo-se que devem mais dar do que receber e esquecendo-se também de sua origem espiritual, tendem a “regredir no tempo”, e não mais se encarnar em corpos humanos, mas sim em corpos de animais, vegetais e por fim minerais. Essa “regressão da Alma” significa uma perda cada vez maior da Consciência e dos atributos anímicos; é a chamada Segunda Morte, segundo o Apocalipse de São João.A questão das evoluções e regressões da alma é muito polêmica e de difícil compreensão.

 

1.2.7 Seres Involutivos

 

Dentro dessa lógica da lei dupla Evolução-Involução, podemos deduzir que há animais, vegetais e até minerais em estado degenerativo. Temos, como alguns exemplos, as formigas, os porcos, macacos, burros e mulas e algumas ervas daninhas. Certos animais domésticos, próximos ao ser humano, como cães, gatos, cavalos, papagaios etc., podem estar num processo tanto evolutivo quanto involutivo.

Não se pode confundir seres involucionantes com aqueles que pertencem ao Raio da Morte, ou de Saturno, como os urubus, hienas, aranhas e outros faxineiros que executam um trabalho fundamental para a natureza(leia o capítulo Os 7 Raios das Plantas).

Do ponto de vista da Magia Elemental, afirmamos que muitos indivíduos se utilizam de maneira pérfida também desses animais involucionantes, ou elementais inferiores, para seus trabalhos de magia negra, conseguindo danificar a saúde e mesmo a vida de suas pobres vítimas. Isso é o que se denomina trabalhar com os Tattwas negativamente.

 

1.2.8 Manipulando os Tattwas

 

Os Tattwas são as energias etéricas da natureza, a contraparte vital do mundo físico. Podem ser usados tanto para o bem quanto para o mal, dependendo do livre-arbítrio de cada mago. Quando se utilizam os Tattwas para seu próprio egoismo, o indivíduo é chamado de mago negro; e quando se utiliza essa força natural sagrada para o bem de si próprio e dos demais, chama-se a esse indivíduo de mago branco. No próximo capítulo trataremos um pouco mais acerca desse conceito de magias branca e negra.

As histórias fantásticas que pesquisamos baseiam-se na manipulação das energias etéricas da natureza, chamadas Tattwas. A ciência que lida com esse fenômeno é denominada de Jinas. Temos, por exemplo, os fenômenos de materializações e desmaterializações, pessoas levitando e desaparecendo (como nos casos de Jesus, Maomé e Buda), indivíduos que afirmam poder assumir formas de animais (como a Licantropia). Temos também o fenômeno dos Terafim, citados nos tratados de cabala e mesmo na Bíblia( estátuas e objetos que passam a ter comportamento e movimentos humanos, por estarem profundamente impregnados com fluidos etéricos). Esse trabalho com as forças Jinas pode ser utilizado também para o mal, como é o caso da fixação de fluidos vitais em bonecos, dentro da linha do Vodu.

 

1.2.9 Os Éteres Universais

 

Os quatro éteres básicos (Terra, Água, Ar e Fogo) da natureza podem ser sentidos em nosso cotidiano, observando-se o clima local.

 

- O éter do fogo está plasmado quando sentimos no ambiente calor, secura, sede, cansaço e pouca movimentação de animais terrestres e pássaros. Normalmente há pouco vento. Esse Éter é chamado pelos indianos de Tejas. Sua cor no ambiente astral é o vermelho.

- O elemento etérido do Ar, ou Vayú, é sentido quando há no ambiente bastante vento, secura e certo ar de silêncio. Afirma-se que não é um momento para negócios, fechamento de contratos etc., pois todo acordo e pacto tende a se dissipar. A cor desse éter é o azul. Propício para a Magia Mental.

- O Tattwa da Água, ou Apas, cria climas úmidos, chuvas, tempestades e enchentes. É propício iniciar com esse éter casamentos e negócios onde se queiram colher muitos filhos e frutos, cuidar da terra onde se plantarão árvores frutíferas etc. Sua cor é o amarelo.

- Prittvi, da terra, é o elemento etérico que mais dá prazer e alegria aos seres vivos, especialmente aos humanos e aos pássaros. É o momento em que toda a natureza canta, sente-se uma leveza maravilhosa no ambiente, a luz é fecunda e abundante e as pessoas têm vontade de cantar e soltar-se emocionalmente. Prittvi normalmente acompanha a manifestação de Apas, o éter úmido. Sua cor é o verde da natureza. Nesse momento pode-se trabalhar com a Magia Verde, ou magia da cura.

- O quinto elemento etérico, o Éter propriamente dito, o Akasha, é sentido como se a natureza inteira entrasse em introspecção, o ambiente se tornasse escuro, lúgubre. É o pior momento para se realizar qualquer coisa externa, emocional ou profissionalmente. Segundo os budistas, é ideal para se realizar meditações profundas e desenvolver técnicas de cura(pelas mãos, olhos, vontade) e de autoconhecimento.

 

Prática

 

Relaxe o corpo, procurando a forma mais simples e cômoda para o corpo físico. Solte todos os músculos vagarosamente. Sinta sua respiração se acalmar naturalmente. Concentre-se nos batimentos do coração e sinta que você se acalma mais ainda. Imagine que o planeta Terra também possui um coração em seu centro, e que esse coração está ligado ao seu por fios luminosos de cor dourada. Peça a esse Ser Vivo, que é a Divina Mãe Terra, para preencher seu corpo e sua Alma com a sabedoria dos seres elementais. Medite por cerca de meia hora diariamente. Após a meditação, vocalize o mantra AOM por sete vezes.