Obará Meji

6. OBARÁ MEJI                 Owonrín             Be-ofum (Obiufan)                 Obará xeque


Regente: Xangô com influências de Exu, Iansã, Oxossi. Ossãe e Logunedê
Elemento: Fogo


Pessoas com esse ODU têm grande proteção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente
em profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor.
Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o
sistema linfático.
Aqui Orixalá pede uma cabra branca, galinha, pombo branco, arroz, velas, um metro de pano de algodão para
livrar do mal. É sinal de doença grave e exige que o sacrifício seja feito.


Responde Xangô logunedê Oxóssi
Personalidade: pessoas com temperamento um tanto estourado, são de extrema sinceridade; são um pouco
tagarelas com habito de contar tudo o que irá ser feito, evitando assim a concretização dos planos. Despertam
antipatia e inveja das pessoas. São justas e tendem a possuir bens.
Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 odus seguiram todos à casa do oluô, a fim de procurar os meios que
os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que foi determinado pelo oluô. Obará um dos dezesseis odus
existentes,não se encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o oluô. Sendo ele, porém,
sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o oluô determinara. E que os demais odus não fizeram por
simples capricho da sorte. Obará com afinco fez o máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua
condição precária (de pobreza). Como era de costume, os 15 odus de cinco em cinco dias iam à casa de Olofim, e
nunca convidavam obará, por ser ele muito pobre, tanto que olhavam para ele sempre com menosprezo. Pois,
então, foram a casa de olofim, jogaram e até altas horas do dia não acertaram o que queriam que olofim
adivinhasse e, com isso, acabou que todos eles se retiraram sem ter sido satisfeita sua curiosidade. Olofim, com
desprezo, ofereceu uma abóbora a cada um deles, e eles, para não serem indelicados levaram consigo as abóboras
ofertadas. No caminho, porém, alguém se lembrou apontando para a casa de obará, de fazer ali uma parada,
embora alguns fossem contra, dizendo que não adiantaria dar semelhante honra a obará, pois ele era um homem
simples que nunca influía em nada. Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar obara-meji com estas
palavras: -- obará, bom dia ! Como vais de saúde? Será que hás de comer com estes companheiros de viajem?
Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da comida que quisessem. Dito isso, foram entrando
todos, eles que já vinham com muita fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de olofim. A
dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar a comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos
almoçaram à vontade. Depois, obará convidou todos para que se deitassem para uma madorna, pois estavam
todos cansados e o sol estava ardente. Mais tarde, eles se despediram do colega e lhe disseram: -fica com estas
abóboras para ti ---e lá se foram satisfeitos com a gentileza e a delicadeza do colega pobre e, até então, sem
valia. Mais tarde, quando obará procurou por comida, sua mulher o censurou por sua fraqueza e liberalidade,
dizendo que ele tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles que nunca olharam para ele, e nunca
ligaram nem deram importância ao colega. Porém as palavras de obará eram simples e decisivas. -eu não faço
mais do que ser delicado aos meus pares, estou cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à nossa
casa prosperidade instantânea. Finda explicação, obará pegou uma faca e cortou uma abóbora, surpreendendo-se
com a quantidade de ouro e pedras preciosas que haviam dentro dela. Surpreso, e com muita felicidade, viu que
em uma abóbora havia lhe dado o título de odú mais rico, porém logo percebeu que haviam mais outras 14
abóboras a serem abertas e em cada uma delas haviam outras riquezas em igual quantidade. Obará comprou
tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores. Daí que estava marcado o dia para todos os odús irem
novamente à conferencia no palácio de olófim, como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio,
cada um no seu posto junto a olofim. Quando obará veio vindo de sua casa com uma multidão que o
acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De vez em
quando, obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza. Os invejosos começaram a tremer e
esbravejar, chamando a atenção de olofim que indagou o que era aquilo. Foi então que lhe informaram que era
obará. Então perguntou olofim aos demais odús o que tinham feito com as abóboras que presenteara a eles.
Responderam todos que haviam jogado no quintal de obará. Disse então olofim que a sorte estava destinada a
ser do rico e próspero obará. O mais rico de todos os odús.